Num golpe significativo para as grandes tecnologias, a UE está a investigar a Apple, a empresa-mãe do Google, Alphabet, e Meta por potenciais violações dos novos regulamentos estabelecidos pela Lei dos Mercados Digitais (DMA).

O DMA – com prazo de cumprimento fixado em 7 de março – é uma lei histórica pró-concorrência, projetada para garantir um mercado digital justo para empresas e consumidores. Para estabelecer condições de concorrência digital equitativas, estabelece direitos e regras claras para as grandes plataformas em linha (referidas como “gatekeepers”).

Naturalmente, o grande tecnologia trio se enquadra no escopo da regulamentação e as empresas já vêm tomando medidas para cumprir o novo conjunto de regras. Mas de acordo com o Comissão da UEcertas medidas não conseguiram atingir os objetivos.

“Essas decisões de abertura de investigações de não conformidade ocorrem apenas duas semanas após o término do prazo de implementação e mostram que a conformidade com o DMA é algo que levamos muito a sério”, disse Margrethe Vestager, chefe antitruste do bloco, durante entrevista coletiva hoje.

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Especificamente, a Comissão investigará a anti-direção no Google Play da Alphabet e na App Store da Apple para garantir que os consumidores sejam livres para desinstalar aplicativos pré-instalados e substituí-los por alternativas de terceiros.

Além disso, analisará mais a fundo a autopreferência na Pesquisa Google e na tela de escolha do Safari. O “modelo de pagamento ou consentimento” da Meta também faz parte da investigação, uma vez que a Comissão duvida que tal escolha binária realmente permita o consentimento livre.

Com um tom cauteloso, o braço executivo da UE disse que está actualmente a examinar as práticas de classificação de mercado da Amazon e o novo modelo de negócios da Apple para lojas de aplicações alternativas.

Se as investigações provarem a falta de cumprimento total, “os guardiões enfrentarão pesadas multas”, disse o Comissário para o Mercado Interno, Thierry Breton.

O descumprimento pode gerar multas de até 10% do faturamento total mundial das empresas — chegando a 20% em caso de infrações reiteradas. A Comissão também detém o direito de adotar medidas adicionais, tais como ordens de retenção.

“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para criar um espaço online que seja justo e competitivo, em benefício de todos os consumidores e empresas que operam no nosso Mercado Único”, afirmou Breton.

“O facto de a Comissão já ter decidido considerar medidas de aplicação demonstra quão seriamente está a levar o novo regime”, afirmou Alex Haffner, sócio de concorrência do escritório de advogados britânico Fladgate.

Também demonstra “sua insistência absoluta em tomar medidas preventivas para regular as grandes tecnologias, em vez de esperar que as reclamações sobre seu comportamento cheguem”, acrescentou Haffner.

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