Quanto vale a privacidade? É justificada uma assinatura anual de uma VPN? É melhor pagar com o seu tempo, alterando as configurações de privacidade de cada site que você visita? Qual é o preço justo para impedir que dados sobre quem você é e como você se comporta sejam usados ​​para informar anúncios? Diferentes empresas têm respostas diferentes. O Yahoo oferece e-mail sem anúncios por US$ 5 por mês; para músicas sem anúncios, o Spotify cobra o dobro. Para ficar livre de anúncios no YouTube, custa US$ 13,99 ou mais.

Este mês, pela primeira vez, a Meta também irá coloque um preço mensal na privacidade. Neste momento, para as pessoas na Europa, esse preço é de 9,99 euros (10,50 dólares), ou 12,99 euros se se inscreverem através dos seus telefones.

Esta é uma grande mudança para a Meta, uma empresa que há muito elogia os benefícios de uma Internet suportada por anúncios, argumentando que isso significa que todos recebem o mesmo serviço, por mais dinheiro que tenham. Mas os reguladores de privacidade na Europa estão em círculos. Uma série de multas e processos judiciais estão encurralando a empresa, com os reguladores argumentando que ela precisa mudar a forma como faz os usuários consentirem com a publicidade comportamental. A última resposta do Meta? Se as pessoas não gostarem desses anúncios, poderão pagar para cancelar.

A Meta lançará a nova opção de assinatura sem anúncios na União Europeia, Noruega, Islândia, Lichtenstein e Suíça em uma data não especificada em novembro. “Estamos confiantes de que a nossa solução de produto está em conformidade com os requisitos legais em evolução na UE”, afirma o porta-voz da empresa, Al Tolan. A opção de assinatura estará disponível apenas para adultos, enquanto as plataformas da empresa serão pausar anúncios para menores de 18 anos.

Mas o plano foi recebido com consternação e ameaças de ainda mais ações legais na Europa, onde reguladores e ativistas de privacidade argumentam que esta é apenas a mais recente tentativa da Meta de resistir à mudança real necessária para tornar os seus produtos compatíveis com a lei europeia de privacidade. “A Meta está tentando desesperadamente encontrar soluções para continuar o status quo atual”, diz Tobias Judin, porta-voz do órgão de vigilância da privacidade da Noruega, Datatilsynet.

Durante anos, os tribunais europeus argumentaram que a Meta não pode utilizar dados pessoais para publicidade, a menos que a empresa obtenha consentimento gratuito e explícito – sim ou não – das pessoas que utilizam os seus serviços. Em Julho, a Noruega, que não é membro da UE, mas é membro do Espaço Económico Europeu, foi mais longe, classificando como ilegal a forma como a Meta realiza publicidade comportamental e impondo uma proibição. O país então começou a multar a Meta em US$ 100 mil por cada dia que ela não cumprisse. Hoje, essa multa chega a mais de US$ 7 milhões.

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