Rendimentos a 5% ou mais seriam um bom ponto de entrada para investidores comprarem títulos de 10 anos do Tesouro americano, segundo a Morgan Stanley Investment Management. Eles estão quase lá, a cerca de 4,94%.

“Esses serão ótimos níveis para se posicionar”, nas condições atuais, disse Vishal Khanduja, gestor da equipe de renda fixa da gigante de investimentos.

Os investidores têm exigido rendimentos cada vez mais altos para tomar os títulos da dívida americana em meio a expectativas de que o Federal Reserve manterá os juros elevados por mais tempo, enquanto as emissões aumentam para cobrir o déficit crescente do governo.

Nova York, EUA, 03/08/2021. REUTERS/Andrew Kelly/Foto de arquivo

Por outro lado, o conflito no Oriente Médio trouxe um novo fator a ser considerado, e aumentou mais ainda a volatilidade. A demanda repentina por ativos considerados seguros como Treasuries fez os yields caírem na semana passada, ao passo que os esforços diplomáticos para acalmar o conflito abriram espaço para a recompensa de risco subir novamente esta semana.

Os yields de 10 saltaram mais de 0,30 ponto percentual esta semana e chegaram a 4,98% nesta quinta-feira, o maior nível desde julho de 2007.

Embora Khanduja considere 5% como um ponto de entrada decente, uma de suas apostas preferidas é a normalização da curva.

Por enquanto, os yields de 10 anos ainda estão mais baixos do que os de 2 anos, uma inversão típica de períodos de aperto monetário. Mas os yields mais longos têm subido mais à medida que o ciclo de aperto chega mais perto do fim e o investidor foca nas incertezas fiscais de longo prazo.

Uma forma de apostar na normalização da curva é ficar comprado em títulos de 2 anos e vendido nos de 10.

Essa estratégia já rendeu frutos. O spread negativo entre as duas notas já caiu para 0,28 ponto percentual, ante 1 ponto percentual quando Khanduja montou a posição.

“Definitivamente achamos que vai mudar” de volta a um spread positivo, disse Khanduja. “Mas acho que o cronograma para isso será um pouco mais longo.” O Fed agora acredita que o Fed só poderá cortar juros no final de 2024 ou no início de 2025, disse ele.

Mas o ciclo de aperto monetário mais agressivo do Fed desde a década de 80 provavelmente já terminou porque os juros mais altos sobre a dívida americana já “fizeram o trabalho por eles”, disse o gestor.

Khanduja ajuda a gerir o Calvert Bond Fund, que ganhou 1,1% no ano passado, um dos mais difíceis da história do mercado de Treasuries. O fundo superou 85% de seus pares.

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