O Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre de 2023, valor 11,7% maior que o resultado do mesmo período de 2022 e 2,8% superior ao do primeiro trimestre de 2023
O resultado do Banco do Brasil veio acima do esperado pelo consenso Refinitiv, que previa lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre. Por mais um trimestre o BB bateu o resultado líquido recorrente do Itaú (ITUB4), de R$ 8,74 bilhões, divulgado ontem.
Entre janeiro e junho, o lucro do BB subiu 19,5% em relação ante igual intervalo do ano passado, para R$ 17,335 bilhões. O banco público, o segundo maior do País em ativos, tem sustentado resultados acima dos pares de capital privado diante de uma carteira de crédito mais protegida da inadimplência trazida pela alta dos juros e da inflação a partir do ano passado.
Outro indicador relevante sobre bancos é o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do BB, que neste 2º trimestre ficou em 21,3%, uma alta de 0,3 ponto percentual na comparação com os três primeiros meses do ano. Um ano antes, o ROE estava em 20,8%. Um ROE acima de 20% é considerado ‘extremamente forte’ pelo mercado.
O patrimônio líquido do Banco do Brasil é de R$ 167,680 bilhões, alta de 7,5% em um ano.
As receitas com prestação de serviço – aquelas taxas que cobram dos correntistas – totalizaram R$ 8,286 bilhões, uma alta de 5,6%.
A margem financeira do banco, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 22,887 bilhões, crescimento de 34,2% em um ano puxada pelas operações de tesouraria. A receita financeira com operações de crédito foi de R$ 33,614 bilhões, 28,3% maior que no mesmo intervalo de 2022, e 4,1% maior em três meses.
O resultado da tesouraria foi de R$ 11,631 bilhões, alta de 56,1% em um ano, e avanço de 15,3% em um trimestre. O banco tem apresentado resultado mais forte nessa frente que os pares do setor privado, graças a posições de mercado majoritariamente pós-fixadas, ou seja, que variam junto com as flutuações dos juros.
O BB encerrou o trimestre com R$ 2,103 trilhões em ativos, um aumento de 0,6% em relação a igual período do ano passado, e baixa de 0,5% em três meses.
Além de Banco do Brasil, confira outros destaques desta quarta-feira:
Ultrapar (UGPA3): lucro recua 48% no 2T23; companhia vai pagar R$ 273,8 milhões em dividendos
- A Ultrapar Participações (UGPA3), holding que controla gigantes dos setores de energia e logística como Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo, reportou hoje um lucro líquido de R$ 239 milhões no segundo trimestre de 2023, valor 48% menor do que o verificado no mesmo trimestre de 2022 e 13% abaixo do primeiro trimestre deste ano.
- O resultado da Ultrapar, segundo o relatório da companhia, foi pressionado pelas operações continuadas, além da alta base de comparação dado o ganho de capital com a venda da Oxiteno registrado um ano atrás e aos maiores custos e despesas com depreciação e amortização, apesar da menor despesa financeira líquida.
- A receita líquida da Ultrapar recuou 21% no segundo trimestre, na comparação anual, e 3% menor na comparação trimestral, totalizando R$ 29,6 bilhões, justificado principalmente pelo menor faturamento da Ipiranga.
- O Ebitda da Ultrapar no 2T23 (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado, métrica utilizada para medir o resultado operacional, somou R$ 964 milhões, uma queda de 35% em um ano e 11% ante o trimestre anterior. O grupo justifica os números com menor resultado em Ipiranga e maiores despesas da Holding.
Por que a Via (VIIA3) liderou altas no Ibovespa, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) amargou queda?
- No fechamento os papéis da Via subiram 3,28%, cotados a R$ 1,90, enquanto os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 0,67%. Petz teve baixa de 6,97% e Renner desceu 4,44%.
- Os dados do varejo, divulgados nesta quarta, impactaram as ações do setor.
- As vendas no comércio varejista recuaram 0,2% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre de 2023. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, houve um avanço de 0,2% no volume vendido no segundo trimestre de 2023.
- Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio e foram divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício, as vendas cresceram 1,7% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre de 2023.
- Em relação ao segundo trimestre de 2022, as vendas do varejo ampliado aumentaram 4,6% no segundo trimestre de 2023.
- Mas e as ações da Via, por que não foram afetadas? Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT CAPITAL, explica: “A Via se destaca no dia entre os papeis que mais sobem. As vendas de varejo ficaram estáveis e a redução da taxa Selic favorece o aumento do consumo, beneficiando a empresa. O mercado aguarda pelo resultado do 2T23 da Via, que será divulgado nesta quinta (10). Estamos aguardando os resultados da empresa”.
Hapvida (HAPV3): prejuízo recua 48,4% e soma R$ 161 mi no 2T23
- A Hapvida (HAPV3) apurou prejuízo líquido de R$ 161,1 milhões no segundo trimestre de 2023, ante perdas de R$ 312,3 milhões um ano antes, um recuo de 48,4%. No critério ajustado, a companhia teve lucro líquido de R$ 221,6 milhões, queda de 8% ante igual intervalo de 2022.
- O Ebitda ajustado da Hapvida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 606,2 milhões, crescimento de 4,1% na comparação anual. A margem ficou em 8,9%, recuo de 0,7 pontos porcentuais na mesma base. Já a receita líquida da Hapvida somou R$ 6,839 bilhões entre abril e junho de 2023, 12,4% acima do segundo trimestre de 2022.
- Segundo a Hapvida, em seu release de resultados divulgado nesta quarta-feira, 9, o aumento da receita foi beneficiado “pelo crescimento da linha de negócio de planos de saúde, resultado da estratégia de reajuste e recomposição de margem apesar da redução do número de beneficiários”.
- O resultado financeiro líquido no trimestre encerrado em junho ficou negativo em R$ 246,9 milhões, queda anual de 4,8% e trimestral de 42,6%. Segundo a companhia, as despesas financeiras da Hapvida no 2T23 reduziram R$ 22,3 milhões, passando de R$ 623,6 milhões no primeiro trimestre para R$ 601,4 milhões entre abril e junho, destacando-se principalmente as reduções de R$ 19,1 milhões de instrumentos derivativos.
- A companhia atingiu R$ 5,3 bilhões de dívida líquida frente a R$ 7,5 bilhões (2,32x Ebitda) no encerramento de março, principalmente em razão de recebimentos de R$ 1,2 bilhão da operação de Sales & Leaseback e de R$ 1 bilhão da captação líquida do follow-on. A alavancagem ficou em 1,61x, 0,71 ponto porcentual (p.p.) menor que no trimestre anterior.
MRV (MRVE3): lucro salta três vezes mais e atinge R$ 181 mi no 2T23
- A MRV (MRVE3) anotou lucro líquido consolidado, dos acionistas da controladora, de R$ 181 milhões no segundo trimestre de 2023, o triplo em comparação com o mesmo período de 2022, quando chegou a R$ 58 milhões.
- O resultado líquido da MRV foi influenciado por ganhos de R$ 201,3 milhões, oriundos de itens financeiros, sem efeito direto na operação. Entram aí R$ 149,8 milhões na operação de recompra de ações da MRV e outro efeito positivo de R$ 51,5 decorrentes da marcação a mercado de derivativos.
- Sem considerar esses efeitos financeiros, o resultado líquido consolidado e ajustado, dos acionistas da controladora, foi um prejuízo de R$ 20,3 milhões, o que representa uma reversão perante o lucro de R$ 215,2 milhões do mesmo período do ano passado.
- A receita líquida consolidada da MRV totalizou R$ 1,825 bilhão, alta de 14%.
- O braço de incorporação do grupo (MRV e Sensia) teve lucro líquido de R$ 179,9 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo prejuízo de R$ 202 milhões no mesmo intervalo de 2022. Já no critério ajustado (sem os ganhos financeiros) houve prejuízo de R$ 31,5 milhões. A receita líquida subiu 13,6%, para R$ 1,771 bilhão.
- A margem bruta do braço de incorporação aumentou 3,2 pontos porcentuais, para 22,1%, em meio à continuidade dos esforços da MRV para subida de preço dos seus imóveis e recuperação da rentabilidade. Por sua vez, a margem bruta das novas vendas chegou a 31,7%. As despesas comerciais aumentaram 17,1%, para R$ 183 milhões.
- Nas demais operações do grupo, a Resia contribuiu com lucro de R$ 41 milhões, impulsionada pela venda de um empreendimento inteiro no período. Por sua vez, a Luggo teve prejuízo de R$ 12,6 milhões, e a Urba, prejuízo de R$ 17,2 milhões.
- A MRV&Co chegou ao fim do segundo trimestre com dívida líquida de R$ 5,507 bilhões, elevação de 85,2% na comparação anual. A operação no Brasil (que reúne todas as empresas, menos a Resia) tem dívida líquida de R$ 3,363 bilhões, alta de 55,8% na mesma base de comparação.
- Em julho, a MRV concluiu a sua oferta pública de distribuição de ações (follow-on), totalizando R$ 1 bilhão. Com isso, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) caiu de 64%, no fim de junho, para 40%, na sua operação no Brasil.
Gerdau (GGBR4): banco recomenda ações, após desempenho robusto no 2T23 e expectativa de mais dividendos
- A Gerdau (GGBR4) divulgou resultados que estão em linha com as expectativas, mostrando desempenho sólido, informa o BTG Pactual. O banco reitera a recomendação de compra de ações da siderúrgica, com preço-alvo de R$ 39.
- No segundo trimestre de 2023 (2T23), o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Gerdau chegou a R$ 3,79 bilhões, queda de 43,2% na base anual. Para analistas do BTG, o resultado da Gerdau é explicado por pressões de custos ligeiramente maiores na unidade brasileira da companhia.
- Já a unidade da Gerdau na América do Norte apresentou bom desempenho com uma margem Ebitda de 26%, dois pontos percentuais acima das expectativas, e sem sinais de recessão adiante. O Ebitda da divisão foi de $ 1,8 bilhão, superando as estimativas em 3%, porém sofrendo uma queda de 25% em relação ao trimestre anterior.
- O Fluxo de Caixa Livre (FCL) no trimestre foi de R$ 784 milhões, com uma taxa anualizada de 6% a 7%, influenciada por uma saída de capital de giro de R$ 570 milhões. Segundo a equipe do BTG, a alavancagem permanece controlada, mantendo-se em 0,3x.
- Sobre dividendos, os analistas esperam maiores valores no futuro. “A empresa anunciou um
dividendo de R$ 750 milhões a ser pago no terceiro trimestre, o que esperamos aumentar à frente, pois haverá mais geração de caixa no 2S23”, diz o BTG.
3R Petroleum (RRRP3): analistas recomendam compra e projetam upside de 123% nas ações; veja por quê
- Os resultados da 3R Petroleum (RRRP3) no segundo trimestre de 2023 foram neutros, mas sinalizam expectativas futuras positivas, diz o Itaú BBA. Os analistas afirmam que a incorporação de novos ativos pressionou as margens no curto prazo, mas serão benéficos no futuro, à medida que a empresa reduz as despesas operacionais.
- A 3R Petroleum registrou uma receita líquida de R$ 837 milhões, alta de 46% em relação ao último trimestre. O número foi impulsionado por uma maior produção da 3R Petroleum, apesar da queda trimestral nos preços do petróleo, informa o BBA. A empresa teve crescimento de 147,7% no lucro líquido.
- Já o Ebitda ajustado da 3R Petroleum (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 200 milhões, abaixo das estimativas da equipe do BBA, mas em linha com o consenso, implicando uma margem de 23,8%, pressionada por despesas temporárias.
- “A empresa reportou dados operacionais robustos para julho, reafirmando a produção estabilizada em Potiguar em níveis sólidos e a contínua melhoria diária na produção no cluster de Macau”, avaliam os analistas do BBA.
- Neste cenário, o Itaú BBA mantém recomendação outperform, equivalente a compra, para 3R Petroleum, com preço-alvo em R$ 82, um upside de 123.6%.
BB Seguridade (BBSE3) tem trimestre sólido e ‘dividendos atraentes’; ações lideram altas no Ibovespa
- As ações do BB Seguridade (BBSE3) fecharam em alta de 2,38% no intradia desta segunda-feira (7),liderando altas do Ibovespa após a companhia divulgar seu resultado trimestral mais cedo.
- Com alta de 30% no lucro, para R$ 1,8 bilhão, o 2T23 do BB Seguridade mostrou números sólidos que agradaram os analistas.
- “O BB Seguridade (BBSE) divulgou resultados sólidos, com lucro chegando a R$ 1,84 bilhão (84% ROE), alta de 31% na base anual e 5% na base trimestral, ficando acima das nossas expectativas e do consenso de mercado. As subsidiárias da BBSE normalmente relatam seus números mensais para seguradoras regulador SUSEP, então os resultados de abril-maio já haviam sido divulgados e os números do segundo trimestre não foram uma grande surpresa”, destaca o BTG Pactual.
- “Além disso, a BBSE3 anunciou na última sexta-feira que aprovou um programa de recompra de até 64,3 milhões de ações ordinárias. O programa terá duração de 18 meses, encerrando-se em 25 de fevereiro”, acrescenta a casa.
- Segundo o BTG, a tese “segue positiva, pois a empresa ainda oferece ganhos consideráveis sem risco atrelado ao NPL [inadimplência de 90 dias] ou imposto sobre o Juros Sobre Capital Próprio (JCP), sendo uma ave rara do setor”.
- A recomendação segue de compra para as ações do BB Seguridade, com preço-alvo de R$ 41.
- “Se anualizarmos o 1S23 de receita líquida, atingimos R$ 7,2 bilhões, em linha com nossas estimativas e consenso, e no topo do guidance. É importante ressaltar que a administração espera que o crescimento dos prêmios convirja para a orientação no 2S23, graças a composições mais difíceis”, diz a casa.
- “O segmento de seguros foi o destaque do trimestre, beneficiando de um crescimento ainda forte dos prémios (embora a um ritmo de desaceleração) e de um forte crescimento de resultados financeiros, enquanto a BrasilPrev também se beneficiou da recuperação de seus resultados financeiros”, completa.
Do Branco do Brasil à Via, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.