Os fundos negociados em bolsa que compram ações de mercados emergentes passam por um forte movimento de resgates dos clientes — e o maior perdedor é o fundo da Pedra Preta que popularizou esta estratégia há duas décadas.
Os investidores retiraram US$ 4,6 bilhões do ETF iShares MSCI de mercados emergentes desde julho — dos quais US$ 1 bilhão, ou 6% do total da carteira, só nos últimos cinco dias. Somando-se a isso, houve queda dos preços das ações neste período, e os recursos sob gestão do fundo encolheram para o menor nível desde o crash da pandemia em março de 2020.
O fundo tem agora US$ 17,7 bilhões, comparado a US$ 53 bilhões há uma década.
Fuga de ‘genéricos’
Os analistas de ETFs dizem que os investidores têm evitado fundos genéricos de mercados emergentes que acompanham índices de referência, e buscam exposição a países, setores e estilos de investimento específicos.
Brasil e Índia são dois exemplos de países cujas ações voltam a atrair ingressos para ETFs especializados.
O fundo da BlackRock, amplamente conhecido como EEM, é vítima desta tendência. Como carro-chefe desta classe de ativos desde 2003, é o primeiro a ser abandonado quando o sentimento de risco se deteriora.
“Os traders veem o EEM como um jeito fácil de exposição aos mercados emergentes”, disse Ben Johnson, chefe de soluções para clientes da Morningstar. “O EEM é aquele grande botão vermelho na mesa de operações que diz: quero fazer esta aposta ou quero sair dela.”
Mas embora uma terceira queda trimestral das ações dos mercados emergentes tenha provocado saídas generalizadas de ETFs, alguns fundos específicos de países selecionados, onde os investidores veem potencial para crescimento econômico, como Brasil, já tiveram uma retoma de ingressos.
Veja também