O dólar opera em alta sobre o real nesta quinta-feira (5), uma vez que os rendimentos dos Treasuries continuavam em patamares elevados, enquanto o mercado acompanhava dados cruciais de emprego dos Estados Unidos. Já o Ibovespa opera em queda.
Às 12h16, o dólar subia 0,47%, a R$ 5,1766, após chegar a R$ 5,1862 na máxima do dia até agora. O Ibovespa caía 0,46%, aos 113.082 pontos.
Os rendimentos dos títulos do governo norte-americano retomavam a alta após breve trégua, rondando os níveis mais altos desde 2007 conforme os investidores reprecificam a chance de o Federal Reserve (Fed) manter os juros elevados por mais tempo.
“Ao todo, o ambiente ainda é de cautela entre investidores, que ficam no aguardo de mais uma sequência de dados de mercado de trabalho nos EUA, após números conflitantes trazidos pelo relatório Jolts e o ADP terem gerado mais volatilidade no mercado de taxas futuras americanas esta semana”
Guide investimentos, em relatório
O relatório de emprego Jolts, divulgado na terça-feira, indicou que as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em agosto, sinal de aperto no mercado de trabalho que jogaria a favor de um cenário de juros mais altos. Por outro lado, dados separados de quarta mostraram que a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos ficou bem abaixo do esperado em setembro, segundo o Relatório Nacional de Emprego da ADP.
Agora, novos números sobre o mercado de trabalho dos EUA podem dar pistas sobre se a liquidação dos títulos norte-americanos vai continuar. Os números dos pedidos de auxílio-desemprego no país foram divulgados nesta quinta-feira, mostrando alta moderada nas solicitações, e serão seguidos na sexta pelo relatório de emprego e taxa de desemprego do governo.
“Este dado está sendo acompanhado de perto pelos diretores do Federal Reserve como um dos principais indicadores do futuro comportamento da inflação no país”, disse José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
“O mercado de trabalho continua muito apertado… o que indica a necessidade de mais aumento da taxa de juros e sua manutenção em nível elevado durante um longo período de tempo. Em outras palavras, caso o dado que será divulgado amanhã mostre um mercado de trabalho ainda apertado, a reação do mercado financeiro deverá voltar a ser negativa”
José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos
Juros mais altos nos EUA elevam os retornos oferecidos por investimentos denominados em dólar, o que costuma elevar a demanda pela moeda a nível global e minar ativos arriscados, como as ações e moedas de países emergentes.
E uma Selic?
Em evento em São Paulo, o diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira que a possibilidade de o Fed manter os juros altos por mais tempo é um tema central e que a alta dos yields dos títulos dos EUA tem afetado previsões sobre a Selic no relatório Focus.
Ele observou que, normalmente, um cenário externo de juros altos não é bom para países emergentes, mas ressaltou que o Brasil tem uma posição bastante privilegiada por ter reservas internacionais robustas.
(* Com informações da Reuters)
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