Quando a BMW começou a cobrar uma assinatura de US$ 18 por mês para assentos aquecidos em 2022, a reação foi rápida e brutal. Os clientes se uniram, instando outros a não encorajarem esse tipo de comportamento por parte das montadoras, para que isso não abrisse a porta para uma maior avareza percebida.
“Você já pagou por isso!” gritou um usuário do Reddit. “A porra do hardware está no seu carro e você já pagou!”
Os clientes reclamaram que a assinatura de um recurso de hardware só faz sentido se o custo inicial for pequeno ou inexistente – e não quando alguém já gastou cerca de US$ 50 mil em um carro de luxo.
Agora parece que a BMW não cobrará mais dos clientes para ativar funções baseadas em hardware no futuro, de acordo com Autocar entrevista com Pieter Nota, membro do conselho de vendas e marketing da BMW. Nota disse, no entanto, que a BMW pretende expandir sua oferta de serviços e funções de software sob demanda com modelos futuros, como assistência para dirigir e estacionar. A montadora está trabalhando para aumentar a conectividade aos carros com atualizações over-the-air.
“Pensamos em fornecer um serviço extra ao cliente, oferecendo a oportunidade de ativá-lo mais tarde, mas a aceitação do usuário não é tão alta”, disse Nota à Autocar. “As pessoas sentem que pagaram o dobro – o que na verdade não era verdade, mas a percepção é a realidade, digo sempre. Então essa foi a razão pela qual paramos com isso.”
Já o pagamento e o download de serviços de software são bem aceitos pelos consumidores que estão acostumados com esse processo por possuir smartphones.
Outras montadoras também estão introduzindo assinaturas de serviços de software para aumentar as receitas. A Tesla, por exemplo, cobra US$ 12.000 (novamente) por seu sistema de assistência ao motorista “Full Self-Driving”. E a General Motors pretende ter um negócio de assinaturas do tamanho da Netflix até 2030, vendendo serviços como o concierge OnStar para veículos.