Antes de levar um chute torto no UFC 303, Jiří Procházka acusou Pereira de usar “magia” e “feitiços” para vencer a luta anterior, o que é tão hilário quanto bizarro. Mas se isso for verdade, o currículo GOAT de Pereira poderia se beneficiar de um feitiço que dê a Izzy a coragem de dar uma segunda chance a 205.
Em 2021, após uma derrota por decisão em sua luta de estreia nos meio-pesados contra o então campeão Jan Błachowicz, Adesanya falou uma de suas expressões favoritas: “Ouse ser ótimo”. É um ditado que ele repete desde então, às vezes seguido por uma afirmação: “E eu sou”. Ele disse isso em um momento de sua carreira em que a linguagem era seu próprio tipo de magia, uma força narrativizadora tão poderosa que transformaria o mundo em uma página de mangá e moldaria o destino na forma do arco de anime em sua cabeça. Em algum momento ao longo do caminho, porém, talvez antes mesmo de ser espancado por Strickland e sufocado pelo DDP, Adesanya parou de ousar ser grande e agora prefere assumir que já é seu.
Dada a atitude de “último gol ganho” que ele tomou depois de finalmente derrotar Pereira em sua quarta tentativa em dois esportes, fica claro, pelo menos para mim, o que impede os dois de completarem sua trilogia de MMA: Adesanya não quer participar do poder total de Poatan à luz peso pesado. Apesar de estar visivelmente mais musculoso do que na primeira vez que subiu, não ter absolutamente nenhuma luta interessante para ele no peso médio e potencialmente ter uma chance melhor contra um atacante de 205 do que contra um lutador como Błachowicz, o ex-campeão parece contente evitando outra briga com seu inimigo. Por sua vez, isso faz com que ambas as reivindicações de grandeza pareçam um pouco menos ousadas.
Claro, a passagem de Pereira para o peso pesado pode e deve acontecer com ou sem desempate no MMA com Adesanya. Mas imagine o quão mais especial seria se acontecesse depois que um antigo ritual brasileiro concedesse a Izzy seu antigo espírito e o obrigasse a completar a maior rivalidade do UFC na era moderna.