Fantasporto, o Aeroporto Internacional do Porto. Festival de Cinema, que começou sexta-feira no Porto, em Portugal – cidade famosa por sua elegante catedral românica, uma livraria que inspirou “Harry Potter” e a inebriante bebida alcoólica – com uma mistura eclética de títulos, mas com ênfase em filmes de fantasia.
Exemplificando o gosto dos dirigentes do festival, os críticos de cinema Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky, a sátira “Testamento”, do cineasta canadiano Denys Arcand, abriu a 44ª edição do evento no Batalha Centro de Cinema, e o épico de fantasia chinês “Criação dos Deuses I: Reino das Tempestades”. ”, dirigido por Wuershan, encerra.
Embora Pacheco Pereira e Dorminsky, que competem com o Internacional de Bruxelas. O Festival de Cinema Fantástico e o Sitges de filmes de fantasia na Europa sabem que não podem agradar a todos no Porto com a sua selecção “o que é realmente importante para nós é se o público aplaude os filmes”, diz Dorminsky. “Este não é um trabalho para nós. É um prazer.”
Pacheco Pereira diz que uma das suas conquistas é ter “um bom olho para detectar talentos”, selecionando os primeiros filmes de David Lynch, James Cameron, David Cronenberg, Peter Jackson, Lars von Trier, Pedro Almodovar, Denis Villeneuve e Danny Boyle, entre muitos outros. Acrescenta que os realizadores dos sete vencedores do Óscar de melhor filme exibiram os seus primeiros filmes no Fantasporto.
Entre os títulos a ter em atenção, Pacheco Pereira conta Variedade, é “As Formas Complexas”, com o realizador italiano Fabio D’Orta a apresentar o filme no Porto. O longa de estreia, um terror fantástico sobre um homem que vendeu seu corpo para que uma entidade misteriosa pudesse possuí-lo, ganhou menção especial no Festival de Cinema de Torino. “É muito estranho mas muito bom”, diz Pacheco Pereira.
Pacheco Pereira recomenda ainda “As Últimas Cinzas”, primeiro longa de ficção de Loïc Tanson, que compara a “Game of Thrones”. Foi a entrada de Luxemburgo no Oscar.
Outra recomendação de Pacheco Pereira é o conto de vingança “Golias”, do realizador cazaque Adilkhan Yerzhanov, que foi exibido pela primeira vez em Veneza e exibido no Porto no âmbito de uma retrospetiva de filmes cazaques.
Entre as estreias mundiais no Fantasporto está “La Sombra del Tiburon”, com a presença do realizador espanhol Gonzalo López-Gallego e da protagonista Catalina Cabrera. O filme acompanha Alma, que descobre que sua casa se tornou sua inimiga.
Outra estreia mundial é o filme de terror “The Floor Plan”, sobre um YouTuber especializado em ocultismo. O diretor Junichi Ishikawa está no festival. É um dos 11 filmes japoneses no Fantasporto, incluindo o thriller-terror sobrenatural “The Forbidden Play”, dirigido por Hideo Nakata, mais conhecido pelo filme de terror “Ring”. Dorminsky diz que os cineastas asiáticos “têm a ideia de que o Fantasporto é o festival que abre as portas aos filmes que entram na Europa”.
Outra estreia mundial é a história de amor de Ate de Jong, “Heart Strings”, na qual os mundos dos reality shows e da música country se cruzam. O realizador e argumentista holandês é acompanhado no Porto pelos atores Sam Varga Maggie Koerner e Carly Johnson e pelo produtor e co-roteirista Steven Gaydos Variedadevice-presidente executivo de conteúdo global.
Entre os demais cineastas, Pacheco Pereira destaca o diretor canadense Jesse Thomas Cook como tendo “potencial”. Sua ficção científica de terror “O Hiperbóreo”, que está acompanhada pela atriz Marcia Alderson no festival, é descrita por Pacheco Pereira como tendo “uma história muito estranha e interessante”. É o terceiro filme do realizador selecionado para o Fantasporto.
Entre os curtas de destaque estão “Alicia”, do espanhol Tony Morales, já premiado no festival, a animação francesa “Stabat Mater”, de Hadrien Maton e Coline Thelliez, e “Elegy”, do belga Jeremy Adonis.
Outro destaque do festival é a retrospectiva húngara e, em particular, a história de amor “Preparations to Be Together for an Unknown Period of Time” de Lili Horvat, que ganhou o Prémio da Semana dos Realizadores do festival em 2021.