O período de descontos mais aguardado do ano pode movimentar, somente no e-commerce, R$ 7,1 bilhões em 2023 – 17% acima do ano anterior – prevê a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Marcada para sexta-feira (24), a Sexta-feira preta deve reaquecer não só o varejo, como também as fraudes associadas à data. Por esse motivo, órgãos do consumidor recomendam cautela redobrada.

Foram tantas as tentativas de golpe em edições anteriores, que a Black Friday recebeu a fama de “Fraude Negra” já há alguns anos. Devido à grande quantidade de promoções e descontos oferecidos nesse período, surgem novas modalidades de golpe na intenção de confundir o consumidor.

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Essa é uma das datas mais importantes para o varejo e movimenta todo o mês de novembro. Em 2022, juntamente com a Copa do Mundo, a Black Friday movimentou R$ 6,15 bilhões no somente no comércio eletrônico.

No entanto, alguns cuidados básicos podem evitar que os consumidores caiam na mira dos fraudadores. Confira a seguir dicas de entidades para identificar as armadilhas mais comuns nesta época do ano.

De onde veio a expressão ‘Black Fraude’?

“Black Fraude” é uma expressão usada para designar os golpes, propaganda enganosa ou “maquiagem” de preços pelos varejistas durante a Black Friday, data que movimenta grande parte do comércio de rua e eletrônico, com promoções e descontos especiais.

A data, como o nome em inglês sugere, foi importada dos Estados Unidos para o Brasil em 2010 e, apesar de já ter se consolidado no país, ainda recebe críticas devido às promoções inexistentes.

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Em edições anteriores, consumidores relataram promoções falsas nas quais o comerciante chega a aumentar os preços pouco antes da data, para que o desconto seja sobre o aumento e não sobre o valor real. O famoso “50% do dobro”.

Por exemplo: um vendedor pode mudar o preço de um smartphone que custa, originalmente, R$ 1,5 mil, para R$ 2,8 mil perto da Black Friday. Assim, durante o período dos descontos, pode anunciá-lo a R$ 1,2 mil e dizer que oferece mais de 57% de desconto quando, na verdade, o desconto real é de 20%.

Além da prática adotada por lojistas, golpistas também encontraram na Black Friday uma oportunidade para enganar consumidores por meio de sites falsos e links maliciosos de ofertas imperdíveis.

Quando acontece a Black Friday 2023?

Oficialmente, a Black Friday ocorre na última sexta-feira do mês de novembro, mas algumas promoções e condições especiais são feitas, geralmente, durante o mês inteiro, de maneira mais sutil.

Esse é o nome dado à 4ª sexta do mês, a sexta-feira pós-feriado de ação de graças, data comemorativa estadunidense, marcada pelas grandes liquidações. Em 2023, a Black Friday ocorre no dia 24 de novembro.

Golpes comuns da Black Friday

Confira a seguir alguns dos golpes praticados por lojistas e golpistas, segundo Serasa, Procon (Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor) e outras instituições que acompanham a Black Friday:

1. Aumento de preços ou desconto falso

O mais comum dos golpes, o desconto falso ocorre quando varejistas aumentam os preços dos itens antes da Black Friday e depois os reduzem, fazendo parecer que estão oferecendo um desconto, quando, na verdade, estão vendendo pelo preço original do produto ou até mais caro.

2. Isca e troca

Na isca e troca, o varejista anuncia um produto a um preço baixo, mas depois informa ao comprador que ele está esgotado, tentando vender a ele outro produto semelhante, mais caro.

3. Frete mais caro que o produto

Para “surfar a onda” da data, alguns comerciantes podem oferecer grandes descontos em seus produtos, mas tentam compensar com um valor exorbitante para o envio, gerando uma taxa de frete ainda maior que o valor do item a ser comprado.

4. Mudança de preço durante a compra

É comum que empresas trabalhem com descontos por “escassez de tempo”, com prazo limitado para uso, com os famosos relógios de “contagem regressiva”. Durante a Black Friday, não é diferente.

A pressa para levar o produto pode acabar tirando a atenção do comprador, fazendo com que ele esqueça de aplicar o cupom de desconto ou deixe de ver informações e/ou requisitos importantes sobre a compra.

Além disso, em alguns casos, pode ser que a tal promoção acabe antes que o cliente efetue a compra, e o preço volte ao valor original.

Outros cuidados durante a Black Friday

Sites ilegítimos

Com relação aos golpes praticados por bandidos e não pelas próprias lojas, os criminosos podem criar sites falsos que parecem varejistas online legítimos, oferecendo produtos a preços incrivelmente baixos para atrair os consumidores. Depois que o comprador insere as informações do cartão de crédito, os criminosos utilizam-nas para fazer compras fraudulentas.

Roubo de identidade

Golpistas costumam roubar informações pessoais, como número de cartão de crédito e de Segurança Social, e utilizam-nas para abrir novas contas em nome da vítima e para fazer compras fraudulentas.

A partir da obtenção desses dados, a vítima pode ser prejudicada de várias formas.

Cupons falsos

Golpistas podem utilizar e-mails, links ou mensagens de falsos cupons de desconto, que podem ser utilizados como estratégia de phishing, apenas para ter acesso à informações do consumidor ou implantar malwares.

Como evitar fraudes na Black Friday 2023

Confira abaixo algumas orientações do Procon-SP sobre a Black Friday:

1. Pesquise os preços antecipadamente e em diversas lojas

Como mencionado, alguns varejistas podem aumentar os preços pouco antes da Black Friday na intenção de oferecer falsos descontos. Por isso, o Procon recomenda monitorar antecipadamente os preços dos produtos que você deseja comprar, incluindo frete e juros, em caso de parcelamento, para ter certeza de que estão condizentes com o valor praticado pelo mercado e evitar cair em golpes.

2. Cuidado com os sites e links que acessa

Essa é uma dica a ser levada em conta não apenas na Black Friday, mas para o dia a dia. Existem diversos sites de lojas e perfis de redes sociais falsos ou aqueles que oferecem ofertas enganosas.

Segundo o Procon-SP, os dados do fornecedor devem ser checados antes de qualquer compra ou contratação, e o cliente deve observar se a empresa tem endereço físico, consultar o CNPJ no site da Receita Federal e verificar se ela é muito recente (ter menos de um mês, por exemplo).

O consumidor também pode consultar a lista “Evite esses Sites”.

Além disso, o Procon recomenda não deve clicar em links enviados por e-mail, WhatsApp ou mensagens. Outra dica é ter certeza de que a empresa é de confiança e verificar se os canais oficiais são seguros. Existem ferramentas online que verificam se um site ou link é seguro.

3. Atenção ao pagamento

Na hora do pagamento de uma compra por meio do boleto bancário, confira todos os dados – informações como o nome da empresa, data, CNPJ etc.

Ao pagar via Pix, o destinatário do pagamento também deve ser conferido atentamente. Especialmente em compras com cartão, cujos dados podem ser clonados, utilize um cartão de crédito virtual e sempre verifique a confiabilidade do local onde está comprando.

4. Fique de olho no ‘prazo de arrependimento’

O Procon lembra que é um direito previsto pelo Código de Defesa do Consumidor a “devolução do item adquirido no prazo de 7 dias da compra ou da entrega; nesse caso, o consumidor não deve ser cobrado por nenhum valor e, de preferência, deve registrar o pedido de cancelamento por escrito”.

Atenção ao ‘bom demais para ser verdade’

É normal ficar tentado pelas ofertas, mas o órgão sugere comparar os preços e verificar se a oferta não parece boa demais para ser verdade.

O Procon também recomenda cuidado com as ofertas e descontos milagrosos. O consumidor pode pensar que está fazendo um bom negócio e adquirindo um produto a um super desconto quando, na verdade, pode ser vítima de um golpe.

O que fazer se cair em um golpe?

Ao sofrer um golpe de “Black Fraude” é importante entrar em contato com os órgãos competentes. Caso tenha sido prejudicado por uma varejista, entre em contato com o Procon de sua cidade e denuncie a loja. É possível registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) online na delegacia virtual de sua região.

Caso seu estado não possua delegacia virtual, acesse a Delegacia Virtual (DEVIR)disponibilizado pelo Governo Federal. Dependendo de como foi o golpe, também é importante trocar senhas de e-mails e bloquear seu cartão para evitar que os golpistas tenham acesso.

Também procure sites como o Reclame Aqui e registre o ocorrido.

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